Quem é que pode tirar da gente o que ja passou? Ninguém, suponho - talvez o "Alzheimer" trate um dia de fazer a gente esquecer, mas mexer no que foi? Jamais!
Hoje estava ajeitando algumas caixas e encontrei o meu "comprovante de casamento". Coincidência ou não, hoje fez 19 anos que me casei. Fiquei com vontade de ver o álbum. E tá lá. É verdade. Eu casando. Não lembro direito tudo o que sentí mas lembro que sentí frio, pressa e uma enorme saudade da minha mãe. Tá registrado! Não adianta querer tirar de mim ou me "proibir" de escrever. A história é minha e faço dela o que eu quiser.
Minha irmã linda, chorando. Meu pai parecia um militar. Dona Encarnação, a grande amiga de minha mãe - recentemente soube que ela está bem doente. Tem a Cris, o Giba, o Mário ( há quanto tempo não os vejo!) - meu queridíssimo amigo Guilherme, a Stella e as crianças que hoje adultos estão lá de branco e rosa numa linda e comovente encenação.
Revejo o palco, desnudo a cena e vejo pares desfeitos, personagens que não existem mais, realidades modificadas, promessas refeitas. Paro para olhar melhor o Magrão e sinto uma ponta de arrependimento por ter tantas vezes "ficado" com ele escondido. Ele foi feito para se revelar -e neste contexto se fez uma doce lembrança que carrego ainda comigo!
Lágrimas, sorrisos...champagne, bolo, festa.
O véu foi o mesmo usado pela minha irmã anos antes...presente de minha mãe - assim carreguei-a comigo naquele dia, naquela noite e até hoje!
Se o casamento deu certo?
Ahhh...deu sim !! A música tocou conforme eu queria. Os convidados compareceram, dissemos o sim. Abraçamos praticamente todos, dançamos a valsa, cortamos o bolo e brindamos. Não houve atrasos. Que me lembre de "errado", só o carro que pifou!
Porém tudo, absolutamente tudo saiu conforme o planejado...naquela quinta-feira, dia 22 de Junho de 1989.