domingo, 16 de março de 2008

Volta Rapunzel!


Já tive cabelos muito grandes e compridos: era adolescente.

Então os cortei bem curtos: já não era mais!
E de cabelo curtinho desfilei quase 20 anos da minha vida!

Hoje, aos 40 e poucos, volto a querer meus cabelos compridos. E o que fica oculto neste desejo de tornar a ter meus cabelos grandes, compridos? Eu já não sou mais adolescente....e faz tempo!

Os contos de fadas, que nos perseguem desde à infância, chegam a dar uma trégua quando romanticamente acreditamos fazer parte da estória.

O cabelo comprido se vai, mas o desejo de que ele esteja ali, desenhado em tranças para o príncipe subir, continua. A gente não sabe, a gente se esquece.

A gente não quer perder o sapatinho de cristal sem que alguém o encontre. E não quer mais jogar os sonhos fora, assim como também não quer deixar os cabelos inatingivelmente curtos.

sábado, 15 de março de 2008

Transparente e colorido


VITRAL DA IGREJA DO CASTELO DE BLOIS - FRANÇA



Há muitos anos eu lí e nunca mais me esquecí.

Acho que foi o Carlos Heitor Cony que se referiu ao pai assim: "...ele era transparente e colorido como um vitral de Igreja!". E durante todos estes anos procurei alguém que pudesse ser descrito desta maneira.



Mas a vida da gente é tão louca, tão conturbada, tão acelerada que muitas vezes para se enxergar um palmo adiante do nariz é preciso dar um tempo de sí mesmo. Invadir um templo e só então apreciar seus vitrais.



Seguramente hoje posso dizer que encontrei alguém que é transparente e colorido como um vitral de igreja, e dispenso as aspas, pois os fatos são seus próprios argumentos.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Ser puta é...


Se existe uma palavra que tenha definição ampla, antagônica e controversa, para mim é a palavra PUTA.

Palavra democrática, sem-vergonha, sem origem e sem destino definido. Palavra que em algumas frases soa como palavrão e em outras, como um elogio, outras como estado de espírito, outras como sei la eu o quê...ufa!

Se o cara é do mal, ele é um filho da puta, mas se este mesmo cara for do bem, ele rapidinho se transforma num puta cara! Vai entender!

Aliás, vai explicar as diversas aplicações da palavra a um gringo de passagem por aqui! Ele fatalmente irá usar em hora e lugar errados, vai fazer cara de retardado e ainda vai deixar meia-dúzia de pessoas bem putas da vida com ele ou com o filho da puta que não soube ensinar direito!

Se a mulher estiver com raiva, ela está puta da vida, mas se por um acaso ela estiver boazinha, distribuindo beijos, carinhos e...sexo, ela é simplesmente a puta da vez.

Os homens costumam dizer que querem uma dama na sala e uma puta na cama - aí meu Deus, o que será que estas mulheres fazem de tão diferente?! Que eu saiba não beijam na boca (ou será que beijam? - nunca presenciei uma em atividade...rs).

Bom...elas recebem grana pelo sexo, dizem que não é fácil, se sujeitam a sei lá quantas coisas terríveis e nojentas, sofrem que é o diabo e eles ainda querem que suas mulheres sejam uma puta na cama?!

Ai, que confusão!!!

Numa tentativa desenfreada de tentar entender o sentido disto tudo, saí à caça de opiniões másculo-machistas sobre o que então é ser uma puta...na cama!
Não sei ainda se eu queria arrasar na performance ou se simplesmente queria saber "qualé"....e a explicação mais simples porém não menos contundente que ouví, foi de um querido amigo meu:

Ser puta é...não ter preguiça!!!!!! Então...dá-lhe catuaba!

Bom dia VIETNÃ!!!!

''Na guerra do vietnã tinha tinha um radialista que todas as manhãs mandava um super BOOOOMMMMMM DDDIIIIIIAAAAAAAAA VIETNÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃ e ele sempre sorria....Nada o abalava nem tirava o ''ênfase e o sorriso'' deste cidadão.... e nós também todas as manhãs, no meio desta nossa guerra, damos este ''BOM DIA''. (Eu sei que damos... huahauhuah)."
14 fev. 2008 - Adriania Mata

Hoje em dia estou vivendo o meu segundo tornado.

No primeiro eu ainda era criança e logo descobrí a força da natureza e ví que não sou porra nenhuma perto dela. Respeito e medo? Tanto faz. O que me importa é que naquele instante eu era apenas um corpo pequeno e um coração puro.
O engraçado é que hoje, vivendo meu "segundo tornado", noto que a origem dele é a mesma, a força é tão grande quanto aquele que viví, porém meu corpo já não é tão pequeno e meu coração já não é tão puro. Respeito e medo? Simmmmmmmmmm........respeito pela força e o medo agora está em não saber mantê-la e não mais como a primeira vez quando era criança e o medo era o de não conseguir afastá-la.

Na serra do mar

Dê-me a certeza do que não sei e acerte no erro que cometí.

Roube-me a cena que um dia ensaiei e tranque-me junto à platéia.

Mil "e uma" vezes quero te ver, e mil "e uma" vezes vou aplaudir.


Ensine-me o caminho ou o desvie por mim!



Em tempo:

Lembrei de Sherazade, que na tentativa de adiar sua própria morte, todas as noites enchia os ouvidos do Sultão com suas estórias, durante Mil e Uma Noites.

Assim ela encantou o Sultão por Mil Noites, dando a idéia de infinitas noites.....e mais uma!

Que horas são?


Que pressa infernal! E este elevador que não chega. Não fossem os andares que me separam da garagem, já teria descido as escadas.


Ih, esqueci meu relógio. Atrasada e sem relógio, é impossível.


Aonde mesmo que eu o deixei? De volta, abro a porta do meu apartamento e vou em direção ao meu quarto. Só posso tê-lo esquecido por lá.

Abro a gaveta do criado-mudo, a porta do armário, a caixinha de bijuterias...cadê o meu relógio?!


Parada na porta do quarto tento impacientemente lembrar aonde foi que eu larguei meu relógio. Não adianta, sem meu relógio eu não vou!


Entro no banheiro, com a sensação de "última tentativa" e logo percebo que se de fato quero o relógio, esta então será a penúltima delas.


Parada ali, grudada na pia, abro e fecho o armário que fica bem acima dela.


Ah estes armários! Todos quase iguais. O meu ainda simula um destes que se vêem em camarins de teatro.


Num ato viciado, acendo as três lâmpadas fortes que ficam logo acima do espelho e dou de cara comigo mesma. Com os olhos um pouco fechados tento inutilmente perceber uma outra figura, que não seja a minha, refletida naquele espelho.

Ainda assim, afasto-me um pouco, ajeito os cabelos, viro como quem quer ver o próprio perfil e do nada esboço um choro.


Não!!! Eu não quero chorar. Rapidamente apago as luzes do banheiro, saio e volto para o meu quarto. A porta se fecha atrás de mim. Um silencio ensurdecedor é interrompido pela musica que agora canto em pensamento. Você não sabe!


Cantou talvez despretensiosamente aquela musica pra mim. Depois disso, minha noites, meus dias, meu caos foi embalado por ela...tenho certeza, você não sabe!


Troquei os lençóis hoje de manhã. A cama cheira comfort. Lençóis macios, travesseiros jogados displicentes sobre a cama e num impulso, de sandália e tudo, jogo-me ali. Dois pensamentos: a música...o relógio.


Como é duro dar-se conta que o poeta tinha razão: "o momento prá ser bom, só deve ser assim, roubado" - e de mim roubaram o tempo. Eu tenho de sair, tentar ser feliz e em poucas horas voltar para minha realidade. É uma visão cruel da felicidade, a "feliz-realidade" roubada em tempo, em minutos, segundos, poucas horas.


A música ainda toca no meu pensamento, sentida por este coração que só queria ter o seu momento de felicidade.

De sobressalto olho o rádio-relógio que está logo ali, em cima do criado-mudo.


Meu Deus, a hora passou! Perdi você novamente.


Arranco a sandália, apago a luz do abajur. Absorta em pensamentos fragmentados do que já tive de você um dia, lembro-me que a bateria de meu relógio acabou e que ele neste momento(desperdiçado) está jogado em minha bolsa esperando uma bateria nova.


E foi na busca da hora, na tentativa cruel de controlar o tempo, que eu desperdicei o momento onde eu poderia tê-lo eternizado em mim.


Amanhã. Amanhã, quem sabe, eu não me preocupe mais com a hora?!


Amanhã talvez eu tenha todo o tempo pra ser feliz.

7!


7!


Assim foi a última mensagem da Denize no meu celular.


Isso significa que o Vicente (este cachorrinho aí de casa) é pai de 7 filhotes.

Fico pensando no trabalho que a Denize vai ter com a Tuka...mas também só penso porque efetivamente não vou fazer nada!!!!!!!


O Vicente é a minha remissão com o mundo animal! E não é que eu gosto dele mesmo??!! Sou até capaz de ensaiar a frase "êpa, já sou avó!!!"....hehehe


Até bem pouco tempo eu não gostava muito de cachorro dentro de casa. Trauma de infância. Trauma causado pelo meu irmão que trazia cachorros prá dentro de casa e era capaz de transformar um bichinho numa fera! E olha que naquela época não existiam os temidos pit-bulls.


Mas o Vicente....bem.....o Vicente veio prá gente num momento muito especial de nossas vidas (minha e de "meus bebês") e naquele momento, ele era a unica coisa(não que hoje eu continue pensamento que cachorro é "uma coisa"), mas enfim, era a única coisa que realmente nos pertencia. E quer saber? Ele é LINDOOOOOOOOOOOOOOOO......e nos faz bastante FELIZ!


Agora é ver o que fazer com os 7 cachorrinhos.


quinta-feira, 13 de março de 2008

Em branco


E como todo começo está "em branco" - hoje começo um novo capítulo.

Apenas contando saudades!!!!